A carioca da gema Bertha Becker é uma das cientistas mais fascinantes que eu conheço. Mantemos uma agradável amizade e contato contínuo, sempre discutindo ciência e situações que nos atraem a atenção.
Bertha é uma mulher irrequieta, curiosa, forte e doce, que é capaz de estar um dia no Rio de Janeiro e no outro na fronteira do Brasil com a Bolívia, à procura de entender o que está acontecendo na e com a Amazônia. Ao longo de mais de 30 anos de estudo sobre o Brasil, e em particular sobre a Amazônia, produziu uma extensa obra e fez reflexões importantíssimas sobre a dinâmica da região.
Mais do que isso, fez muitas propostas. Bertha é cheia de novas ideias! E tem trazido enorme contribuição ao conhecimento dos processos transformadores da Amazônia e defendido a ideia de um novo padrão de desenvolvimento que exige uma revolução científica, de maneira a permitir um aproveitamento sustentável dos recursos naturais.
Sua obra nos ajuda a compreender as visões conflitantes e opostas sobre a região – as perspectivas desenvolvimentistas, de um lado, e a conservacionista, de outro – e pensar em estratégias inovadoras para dar um salto econômico responsável.
A obra densa da professora Bertha demonstra o seu compromisso com a região amazônica e o seu povo. Sua disposição para elaborar estudos, análises e propostas é enorme e os faz com uma agudeza que só se adquire em muitos anos de trabalho e de observação. Assim, Bertha Becker realiza aquilo que deveria ser o propósito de qualquer pesquisador: a partir do conhecimento sólido e maduro, estimula o debate de ideias e o auxílio para a compreensão dos acontecimentos atuais.
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